We met in Brazil in 2016. I was cooking something for dinner with other backpackers and I asked her if she wanted to join us. We connected very well straight away. She taught how to cook rice for 20 people (I am the worst cook EVER) and we spent the following day together.
She is, ever since, one of my favorite persons and one of the most inspiring girls I know. I am so proud to feature Michelle here and finally introduce her to all of you. Please, meet my hermanita de alma. 😀
- Name: Michelle Carreño
- Nationality/ Country where you are based on: Dual Citizen Colombian/American based in North Carolina, USA
- Age: 26 years old
- Occupation: Clinical Research Coordinator/Public Health Educator in Latino/Hispanic Immigrant Health & Yoga Instructor
Fala-me um pouco de ti…
Sou orgulhosamente filha de imigrantes Colombianos que emigraram para os Estados Unidos há 30 anos. Nasci em Long Island, New York, onde vivi até aos 15 anos. Depois mudei-me para North Carolina, onde vivi até aos meus 20 anos. Licenciei-me em Global Studies: Global Health and Environmental Studies in Latin America e certifiquei-me em Medical Anthropology pela University of North Carolina at Chapel Hill.
Durante a minha licenciatura, tive várias oportunidades de viver fora e viajar. Fiz um gap year durante a minha licenciatura, onde vivi na China para estudar Mandarin e ensinar Inglês por 1 ano. Também fiz um intercâmbio na Universidade de Sidney por 1 semestre. Aos 20 anos, viajei pela primeira sozinha para o México e desde então viajo o mais que posso.
Vivi em 4 países diferentes (México, China, Austrália e Colombia) nos últimos 6 anos por razões diversas. Actualmente, vivo em North Carolina, USA, onde trabalho em Saúde para os emigrantes hispânico/latinos na Duke University School of Nursing e ensino yoga pela manhã, 3 vezes por semana num estúdio lindo chamado Mandala Yoga.
Coisas que gostas de fazer…
Dançar, eu adoro dançar e adoro fazê-lo sempre que posso! Se pudesse, faria-o a toda a hora! Adoro fazer yoga, caminhadas na montanha, nadar, ler, fotografar, experimentar novas comidas, ir a museus e galerias de arte, escrever no meu diário (algo que faço mais durante as minhas viagens). E claro, viajar!
Conta-me uma história engraçada sobre ti…
Quando me mudei para a China, sabia muito pouco de Mandarin apenas: olá, como estás… Estava muito nervosa por me mudar para um país que não sabia a língua nem nada.
Felizmente, tinha um primo meu Colombiano a viver na China que me ajudou bastante. E ele mandava-me em “missões” ao supermercado. Um dia pediu-me para ir comprar leite e disse-me como tinha de dizer leite: niunai 牛奶. Fui até ao supermercado a repetir constantemente a palavra niunai, niunai, niunai para não me esquecer. Mas quando entrei na loja distrai-me com um sinal e esqueci-me completamente como se dizia leite. Olhei à minha volta para ver se encontrava leite (e pensei mesmo que iria encontrar) mas haviam tantos pacotes que qualquer um poderia ser leite. Acabei por desistir! 🙁
Dirigi-me ao senhor da loja e comecei a fazer gestos com as minhas mãos, tipo eu a tirar leite da vaca ou eu a fazer moo como as vacas e foi aí que ele percebeu e me disse NIUNAI? A minha cara mudou e bati na cabeça SIM SIM SIM… Até hoje, nunca mais me esqueci como se diz leite em Mandarim: niunai.
Quando começaste a viajar?
Desde os 3 anos, quando fui à Colombia pela primeira vez sozinha sem os meus país, apenas com a minha abuelita. Não percebi que ía para o país dos meus pais, para onde a minha família era/é e, mal eu sabia que aquilo iria marcar a minha vida para sempre. As minhas 2 abuelitas até hoje me dizem o corajosa que eu fui quando entrei no autocarro para ir ao pueblito do meu pai.
10 anos depois voltei com os meus pais e os meus irmãos e foi nesse momento que eu percebi o meu amor por viagens. A minha família e eu fizemos muitas viagens juntos mas foi quando me mudei para o México, num Verão durante a faculdade, que os meus olhos verdadeiramente se abriram para as maravilhas que o nosso mundo tem.
O que te motiva a viajar?
Tudo! Sou um livro aberto entusiasmado e ansioso para aprender todos os dias. Viajar dá-te verdadeiramente a oportunidade disto tudo!
O que está na tua lista de desejos de viagem?
Visitar o maior número de países possível antes de morrer. Aventurar-me e sair da minha zona de conforto em tudo o que toca viagens. Comer pratos deliciosos, aprender uma língua nova, fazer amigos, dançar e aprender uma nova cultura. Quando tiver a minha própria família, espero poder levá-los a todas as partes!
Viajas sozinha? E porquê?
Sim, e eu aconselho toda gente a fazé-lo em algum momento na sua vida! Viajar sozinha foi uma coisa que eu lembro de sempre ter desejado. A ideia de ir para um país estrangeiro: conhecer pessoas novas, aprender uma nova cultura, uma nova língua, provar novos tipos de comida, dançar diferentes tipos de música, visitar novos lugares, tomar decisões sozinha desde as mais pequenas às maiores e tudo isto “solo” parecia-me tão fascinante e, especialmente na América Latina (a minha grande viagem sozinha), por tempo indefinido.
Viajar pela América Latina era um dos meus sonhos porque queria mostrar e motivar mulheres para viajarem sozinhas, especialmente as Latinas no seu próprio continente. Podemos ultrapassar os nossos medos e tomar riscos que nos mudarão para sempre!
Como tenho raízes Latinas, uma cultura mais machista, onde as mulheres são demasiado protegidas e onde lhe impõem formas de pensar baseadas no medo, às vezes, torna-se difícil viajar sozinha. Também não é lá muito bem visto quando uma mulher viaja sozinha basicamente, esta é vista como uma que anda à procura de sarilhos. Uma coisa que os meus pais dizem às vezes, “no busque lo que no se te ha perdido/don’t look for something you have not lost”. O que muita gente não entende é que viajar traz muita riqueza para as nossas vidas e ajuda-nos a tornar-mo-nos mais fortes, mais seguros, independentes, mais solidários com os outros… Ajuda-nos a amar e a entender que o mundo está cheio de maravilhas.
Além disso, eu rapidamente percebi com as minhas viagens que tu nunca viajas sozinho porque milhões de pessoas estão dispostas a dar-te a mão e partilhar contigo o caminho delas, nem que seja só por 5 minutos ou algumas horas/ dias/ meses ou anos. A outra coisa bonita de viajar sozinha é que em momentos que queres estar sozinha, tu podes retirar-te de tudo e aproveitar a beleza de estar só.
Conselho para viajares sozinha
VAI!
Não tenhas medo de pôr um pé fora da caixa que a sociedade te criou. Toma riscos e vê as belezas que o mundo tem para oferecer. Pode ser super assustador no início, mas isso é o medo que a família, os amigos, a sociedade e os media colocam na nossa cabeça. Eu hesitei muito, especialmente porque toda gente me dizia que a Colombia era um país muito perigoso para uma mulher viajar sozinha e, que eu era maluca por fazê-lo. Toda essa má energia estava na minha cabeça.
Rapidamente aprendi em viagem que a energia e pensamentos que cada um traz ao lugar faz toda a diferença. Se és um bocadinho paranoica e estás a pensar nas coisas menos boas que te podem acontecer, então alguma coisa má te vai acontecer mais cedo ou mais tarde. Todos os pensamentos menos positivos acabam por atrair coisas menos boas. E, se alguma coisa má acontecer, toma-o como uma aprendizagem e não como algo pessoal. Coisas más acontecem a toda gente. Felizmente, na minha viagem eu estive sempre com pessoas maravilhosas e, por isso, eu não me posso queixar! Eu sei que isto pode parecer um pouco cliché, mas tu só vives uma vez e esta é a tua vida. Tu é que decides o que tu queres fazer com a tua vida e eu prometo-te que não te vais arrepender nem um pouco das tuas viagens.
Como eu disse, tu nunca estás sozinha e tu encontrarás sempre pessoas maravilhosas no caminho. Pessoas que podes encontrar por 5-10 minutos e que talvez nunca mais vejas novamente mas que te vão ensinar muitas coisas naqueles 5 minutos. Ou podes encontrar pessoas que acabam por ir na mesma direção que tu e acabas por viajar alguns dias ou mesmo semanas, meses com elas. Essa é a coisa maravilhosa de viajar, as almas bonitas que encontras no caminho e todas as coisas interessantes que aprendes com elas e contigo mesma.
Crescerás em tantos sentidos que ficarás surpreendida. E o melhor de tudo: vais perceber como tu não és nem daqui nem dali mas que que nós somos todos cidadãos do mundo/darte cuenta que no eres ni de aquí ni de allá y que todos somos ciudadanos del mundo.
Quantos países já visitaste?
Qual foi o teu país favorito até agora?
Essa é uma questão muito difícil porque cada país tem o seu charme, su encanto. Cada país tem um lugar especial no meu coração. ¡Todos!
Qual foi o teu pior momento em viagem?
A sério que eu não tenho maus momentos para ser sincera. Houve situações más no momento que aconteceram mas acabaram por ser divertidas ou muito engraçadas.
Conta-me uma história engraçada que te tenha acontecido em viagem…
Ahh, tantas mas não sei quais são mais apropriadas. haha Preciso de falar contigo, Dani! 🙂
Qual é o teu próximo destino? E porquê?
Mudo-me para o Brasil no próximo ano para a Fulbright Teaching Fellowship e estarei a gerir um projeto relacionado com yoga e adolescentes. Depois do Brasil, quero ir para a África do Sul, Nepal, India ou voltar à China OU qualquer outro sítio onde a vida me levar. Para ser honesta, estou aberta a qualquer coisa! Eu estou sempre pronta para ir!
Instagram: @mscarreno
Facebook: Michelle Carreño
Thank you Michelle 😀
You are AMAZING!
Espero que tenham gostado. Deixem os vossos comentários e sugestões pff.
Beijinho,
Daniela