Dizem-me para esquecer quem fui e o que fiz. Dizem-me para engavetar as experiências que vive e os trabalhos que tive. Também me dizem para ser menos eu e para ser mais “americana”. Por aqui priviligiam-se os sorrisos e emails corteses às verdades. Às vezes sinto-me perdida. Perdida na imensidão de coisas que vejo e vivo diariamente mas mais do que isso, na imensidade de eventos e momentos que passei; de pessoas que conheci e lugares que descobri.
Como poderei eu simplesmente esquecer que trabalhei em Marketing durante 4 anos? Como poderei eu esquecer que enquanto estudante, trabalhei durante quase 2 anos em cafés e bares? Como poderei eu esquecer que durante mais de 1 ano da minha vida viajei de uma lado para o outro sem parar? Como poderei eu esquecer que vivi à beira mar meses e meses a fio? Como poderei eu esquecer todas as pessoas que conheci e que tornaram a minha vida tão mais bonita?
Vejo-me num enorme dilema entre aquilo que fui e aquilo em que me estou a tornar e até agora ainda não consegui perceber se estou a gostar desta nova pessoa.
A única coisa que sei é que eu não quero esquecer. Não quero. Não quero esquecer todos aqueles maravilhosos anos de crescimento como profissional de marketing; Não quero esquecer todos aqueles pratos e copos que servi porque eles fizeram de mim uma pessoa mais humilde e honesta; Não quero esquecer todas as viagens e lugares que conheci porque eles ensinaram-me a amar o mundo e a acreditar que ainda há MUITAS pessoas boas nesta terra.
E por tudo isto e muito mais, porque terei eu de esquecer tudo aquilo que fui e construí durante tantos anos para me tornar naquela que dizem ser uma das profissões mais bem pagas dos Estados Unidos? Ainda estou para perceber se encaixo neste novo sistema em que me meti…
E por aí? Quem já sentiu coisinhas parecidas?
Beijinho,
Daniela
[…] que mencionei em muitos dos meus posts sobre Chicago (AQUI e AQUI e AQUI) que ainda estou a tentar encontrar o meu lugar nessa nova indústria e novo estilo de vida […]